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30/7/2006 - Vitória da Conquista: Música ao fundo
A Rodoviária é como sempre muito distante da cidade e eu estou demasiado cansado para procurar um hotel no centro. Paro em um dos "dormitórios" em frente à estação. Não obstante o lugar pouco recomendável e o preço baixíssimo, parece decente. Tem até a TV no quarto. Ligo. Tem um menino superdotado com três anos, que já é capaz de ler e escrever. O apresentador ri, o público ri. Somente o pequeno gênio permanece sério, com uma expressão inquietante: um adulto-menino, sem mais alegria, como somos nós grandes.
À noite, desço para jantar no restaurante do "hotel".
Acabo de sentar-me e um automóvel com um grupo de jovens pára
defronte ao restaurante. Ligam a enorme aparelhagem de som que se encontra no
bagageiro a uma tomada do restaurante e colocam uma música estridente
a todo volume. Depois se sentam para comer, rir e beber cerveja. O som é
tão forte que o sinto dentro do estômago. Experimento olhar em
volta, para ver algum sinal de reprovação ou de protesto do hoteleiro.
Mas ele nada, ou melhor, se mete a conversar (como o fazem com esta algazarra?)
e a brincar com o grupinho. Um menininho (o filho do proprietário?) me
mostra a língua porque estou incomodado e não participo da festa.
Como o mais depressa que posso e vou embora: a música me segue até
fora, dentro dos ouvidos e da cabeça, implacável.
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