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Por Maria Esmene Comenale

Quando é pra mim?

Um leitor nos escreve perguntando se é correto dizer: para mim fazer. Ufa! Essa é uma questão complicada; mas, vamos lá.

Para eu fazer é a forma correta, pois o eu, em frases desse tipo, exerce a função de sujeito:

Esse livro é para eu ler
Esse trabalho é para eu fazer
A matéria está aqui para eu rever
(e não: para mim ler, para mim fazer, para mim rever)

Se o eu não for sujeito, então se usa para mim:

Ele trouxe o livro para mim.
Não é conveniente para mim sair agora.
(e não: para eu).

A regra é clara, mas ... como definir o sujeito de uma frase? Diz a gramática que sujeito é o ser de quem se diz alguma coisa. Até aí, tudo bem. Na frase "Paulo leu o livro", está claro que o sujeito é Paulo; foi ele quem leu o livro. Mas e na frase: "atropelaram uma senhora"? Onde está o sujeito? Ele não está, porque ninguém sabe quem atropelou. Nesse caso, o sujeito é indeterminado e a frase poderia ser substituída por "alguém atropelou uma senhora".

O sujeito é sempre um substantivo ou pronome do caso reto. Ih?!? Caso reto? Pois é. Os pronomes podem ser do caso reto ou oblíquo. Os pronomes do caso reto são: eu, tu, eles, nós, vós, eles. Os do caso oblíquo são: mim, ti, lhe, nos, vos, lhes, entre outros. Agora está ficando melhor. No primeiro exemplo acima: "Esse livro é para eu ler", é notório que eu sou o ser de quem se diz alguma coisa, portanto, o sujeito da frase. Se eu é o sujeito da frase, jamais poderia ser substituído por mim, porque o sujeito nunca pode ser um pronome oblíquo.

Se tudo aí em cima parece pouco prático na hora de decidir se é eu ou mim, segue uma regrinha bem fácil de lembrar. Na dúvida, faça a seguinte pergunta: eu faço ou mim faz? Talvez o Tarzan (lembram dele?) responda que é a segunda alternativa, mas nós não somos o Tarzan. Então, na hora de decidir, faça a pergunta mágica: eu leio, ou mim lê? Se eu leio, então o livro é para eu ler.

Mas, atenção!! Essa regra só vale para a primeira e a segunda pessoa do singular (eu, tu - mim, ti). Nos outros casos, seja o pronome sujeito ou não, ele será sempre do caso reto. Assim: ele trouxe o livro para mim, mas ele trouxe o livro para nós.

 

Para participar no Caderno de língua portuguesa, escrevam ao Ponto de Encontro

 

Publicado com a gentil permissão de:

Jornal da Paulista

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