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Por Giancarlo Perlo

Prodi vence por um triz: determinantes os votos dos italianos nos exterior

Fabrice Akwa

Apoiadores da coligação de centro-esquerda festejam os resultados eleitorais depois de uma longa espera

Depois de um interminável dia eleitoral, marcado pelo continuo vaivém de resultados e de projeções, Romano Prodi, o líder da coalizão de centro-esquerda, anunciou à 1:00 da manhã (hora italiana) a vitória nas eleições legislativas. "Viramos uma página e devemos trabalhar para unificar o país e para aplicar o nosso programa" disse o professor perante os seus apoiadores que ficaram por toda a noite na praça Santi Apostoli em Roma esperando pelos resultados finais. Ainda não apareceu em público Silvio Berlusconi, o lider da Casa das Liberdades e atual primeiro ministro, mas o seu porta-voz Paolo Bonaiuti já contestou os resultados, reclamando uma verificação das contagens.

A contagem definitiva dos votos para a Câmara dos Deputados dá a vitória à União de centro-esquerda com uma diferença de apenas 25.224 votos, mas Romano Prodi e os seus aliados podem beneficiar do prêmio de maioria que lhes garantirá automaticamente 340 dos 630 deputados. Mais complexa é a situação no Senado, outro ramo do Parlamento italiano: aqui a formação liderada por Prodi obteveve 158 cadeiras contra 156 de Berlusconi, graças aos votos dos italianos no exterior que foram determinantes para alcançar a maioria no Senado.

Durante todo o dia, a Itália ficou em suspense acompanhando a apuração dos votos. Logo depois que fora encerrada a votação, às 15 horas locais, o instituto Nexus tinha anunciado uma projeção que dava a Prodi uma vantagem de 4 a 5 pontos percentuais. Mas, à medida que a apuração se desenvolvia, a situação fora se equilibrando e logo até invertendo. Por conseguinte a centro-esquerda viu-se forçada a adiar a festa prevista e longamente esperada.

Em todo o caso os dados finais refletem a situação de um País profundamente dividido, após várias semanas de campanha áspera e repleta de insultos, caracterizada em particular pela agressividade, as declarações polêmicas e os tons violentos do premier Berlusconi. Além disso a tarefa de Romano Prodi não se apresenta fácil, pois a sua coligação é frágil e em desacordo em vários pontos do programa e a situação econômica do País é catastrófica, com um crescimento nulo e um déficit público fora de controle. (11/04/2006)

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