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Por Giancarlo Perlo - Tradução Fabio Luiz Braggio

Corna

Para um italiano é quase impossível falar sem movimentar as mãos: os gestos são parte integrante da nossa comunicação e constituem uma verdadeira e própria linguagem, com suas regras, seus códigos e suas "palavras".

Fazer os cornos

Um dos gestos universalmente conhecidos na Itália é o "fazer os cornos" ("fare le corna"). Para "fazer os cornos", é necessário dobrar o médio, o polegar e o anular de uma mão, deixando o indicador e o mínimo apontados para frente. O gesto sugere, como o nome diz, a forma de chifres de um animal.

Esse gesto tem um caráter ofensivo e pode ser usado para dizer a um homem: "tua mulher te está traindo". Se trata de um grave insulto, mas seu uso não implica necessariamente o fato que quem ofende tenha realmente conhecimento da tal traição. É usado por exemplo por motoristas (que vão sempre muito devagar ou muito depressa e portanto não saber dirigir) ou no estádio, contra o juiz da partida.

Deste gesto derivam o verbo "cornificar" (trair o próprio homem, ou seja, "fazê-lo levar chifres") e o adjetivo "cornudo" (este último também usado como insulto em frases do tipo: "você é um cornudo"). "Cornudo" corresponde ao português "cornudo" e está presente em todas as línguas da área mediterrânea mais ou menos com o mesmo significado.

Cornos atrás da cabeça

Além do uso ofensivo, os cornos são usados ainda mais por brincadeira, geralmente nas fotos em grupo. Neste caso, o gesto de corno é feito atrás da cabeça de alguém sem que ele saiba, e a foto é tirada. Um exemplo famoso deste tipo são os cornos feitos pelo Primeiro Ministro Berlusconi atrás da cabeça do Ministro do Exterior espanhol Piquè durante uma foto de grupo, no fim de um encontro internacional da Comunidade Européia em 2002.

 

 

Cornos e corninhos

Enfim, o gesto de corno é também usado como ato de boa sorte, para mandar embora o azar ou proteger-se deste. Neste caso, o gesto não é endereçado a ninguém (na realidade é dirigido contra o azar ou a "iella", como é comumente chamado na Itália) e sua origem pode ser facilmente reconduzida ao uso de chifres ou chifrinhos com função de esconjuro e de proteção contra o azar.

Mesmo hoje, um pequeno corno vermelho (preferencialmente de coral, mas geralmente de plástico) se encontra pendurado dentro dos carros com a finalidade de afastar os perigos da direção. Se conta que o líder do Partido Comunista Palmiro Togliatti levava sempre consigo um corninho vermelho amuleto.

Fazer os cornos, neste último significado, é um gesto tão comum que às vezes nem precisa fazê-lo: basta dizer! Por isso, é possível ouvir um diálogo assim:
- Como vai de saúde neste período?
- Bem, façamos os cornos!

Os mais famosos cornos "políticos" são de 1975 e se devem ao então presidente da República Giovanni Leone. Naquele ano, em Nápoles, cidade de origem de Leone, havia uma grave epidemia de cólera. O Presidente, em visita a Pisa, foi enfrentado por um grupo de estudantes, os quais lhe desejaram que ele também pegasse cólera. Ao que Leone, como um bom napolitano, reagiu contra os enguiçadores (isto é, aqueles que lhe desejavam azar) fazendo os cornos, até com as duas mãos.

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