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17/8/2006 Asunción: Memória
Stroessner morreu ontem. Sobre o jornal ABC existem três páginas repletas de entristecidas participações funebres: choram sua morte inconsoláveis parentes, amigos, colegas do exército e de partido. Por sorte existem aqueles que também pensam diversamente.
Ontem mesmo (extraordinária coincidência) inauguraram em Assunción o museu da memória, dedicado às atrocidades cometidas nos anos da ditadura: prisões arbitrárias, torturas, omicídios, desaparecimentos. Volto à capital justamente para visitá-lo. Na agência turística são um tanto pasmados e devem fazer vários telefonemas para descobrir onde é. Pego um ônibus, percorro um longo trecho de estrada a pé com o mapa na mão, perguntando aos passantes e finalmente chego mas… está fechado! Me direciono à guarda de um banco próximo:
-“Mas… o museu da memória?”
-“Foi inaugurado ontem.”
- “Eu sei, mas hoje já está fechado?”
- “Não sei. Pode ser que sim”.
Havia-me esquecido que estamos no Paraguai. Aqui não é possivel pretender que os eventos sigam qualquer lógica: me distancio resignado, sem fazer outras inúteis perguntas.
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