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por Giancarlo Perlo - trad. Luci Augusto de Castro

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20/7/2006 Rio de Janeiro: Central do Brasil

Visitei a estação de trem do Rio, a famosa "Central do Brasil", procurando reencontrar as emoções do filme homônimo. Encontro, em vez disso, um lugar anônimo, moderno, com os viajantes que, sempre correndo, saem e entram nos trens, como em qualquer estação de qualquer grande cidade. Sentado em um banco, na abertura do Parque Santana, observo o fluxo contínuo das pessoas que passam: gente que se apressa para chegar no trabalho ou à universidade ou que vai correr no parque. Fora o tráfego é caótico e incessante; aqui dentro reina uma calma estranha, como uma suspensão do tempo que me hipnotiza e me impede de levantar-me. Moças com jeans e sandálias, mulheres que passam com a carteira presa embaixo do braço, empregados com sapatos de ginástica, estudantes com a mochila nas costas, uma moça de mini saia (sempre de jeans e sempre com as sandálias), um senhor elegante em terno e gravata escuros, um outro barrigudo com uma blusa listrada e calças meio curtas. Uma multidão igual àquela de qualquer outra cidade do mundo. No meu banco senta-se uma moça, naturalmente de sandálias, obviamente em jeans. Sorri e com a voz baixa me diz: "Com licença...". Fica sentada simplesmente, sem fazer nada, olhando simplesmente à sua frente. Fora da porta do parque a cidade soa e range como um enorme e implacável maquinário industrial.


Comentários:

Interessante. Gostei de ver suas reflexões de um turista: um olhar externo nos faz comparar com os modos daqueles que nos visitam. Será que nós devemos nos adptar ao que nos visitam ou os que visitam devem se adaptar...será, sempre será? ou o lance é apenas visitar e conhecer... sem adaptações e só conhecer, sentar no Campo do Santana...parar...lembrar alguma sinfonia de música clássica ao pé do ouvido... deixar os olhos serem levados pelo fluxo de pessoas sem o comprometimento que elas tem em chegar a algum lugar, mas apenas com a vontade de observar... observar... a pulsante cidade com problemas... falhas... desigualdade... e um parque onde no banco eu posso me sentar, olhar o estudante remontar a juventude, ver um senhor lendo um jornal...especular minha futura idade... e em meio a isso tudo sentir saudade de todas as cidades que já passei, ao mesmo tempo considerando ainda os problemas desta cidade... me sentir nela confortável, simplesmente porque ela é maravilhosa, maravilhosa ....cidade! (Camila, Rio de Janeiro)

Já estive em vários países (Canada, Argentina e E.Unidos - Nova York e mais 8 estados), e senti que, se civilização é aquilo...prefiro ser tupiniquim (forma carinhosa de ser brasileiro). Pessoas correndo para seus locais trabalho, da mesma maneira que vc viu na Central do Brasil, só que com as feições fechadas, mal humoradas, chatos, grosseiros, apesar de bem vestidas (sem sandálias - lá é frio), mas usando jeans tbm, bem produzidas, finos ternos, veículos de última geração, modernérrimos. Muitos Bancos tbm.
O que podemos ver em outros países, pode ser apenas o resultado da Revolução Tecnológica, educação básica obrigatória, prédios moderníssimos, ruas limpas, melhores ofertas de trabalho e salários compatíveis e o herdaram de seus colonizadores: moral cívica, patriotismo (mas que precisa ser lembrado diáriamente - lavagem cerebral); bons costumes (mas tbm tem corruptos e mafiosos).
Em parte alguma do Mundo não verás um Povo sofrido e injustiçado como o nosso, mas também não verás um Povo mais feliz, alegre, acolhedor e amigo como o nosso (apesar dos trombadinhas - menino de rua que assalta). (Maria Lúcia, Rio de Janeiro)

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