O Ponto de Encontro - Banner
Home Livros As primeiras dez linhas La luna e i falò
Por Pierino Bonifazio e Elizabett Santos

La luna e i falò

(di Cesare Pavese)

C'è una ragione perché sono tornato in questo paese, qui e non invece a Canelli, a Barbaresco o in Alba. Qui non ci sono nato, è quasi certo; dove son nato non lo so; non c'è da queste parti una casa né un pezzo di terra né delle ossa ch'io possa dire "Ecco cos'ero prima di nascere". Non so se vengo dalla collina o dalla valle, dai boschi o da una casa di balconi.

La ragazza che mi ha lasciato sugli scalini del duomo di Alba, magari non veniva neanche dalla campagna, magari era la figlia dei padroni di un palazzo, oppure mi ci hanno portato in un cavagno da vendemmia due povere donne da Monticello, da Neive o perché no da Cravanzana.

Chi può dire di che carne sono fatto? Ho girato abbastanza il mondo da sapere che tutte le carni sono buone e si equivalgono, ma è per questo che uno si stanca e cerca di mettere radici, di farsi terra e paese, perché la sua carne valga e duri qualcosa di più che un comune giro di stagione. Se sono cresciuto in questo paese, devo dire grazie alla Virgilia, ...

Cesare Pavese, La luna e i falò, EINAUDI, Torino, 1968

A lua e as fogueiras

(de Cesare Pavese)

Existe uma razão pela qual voltei a este lugar, aqui ao invés de Canelli, Barbaresco ou Alba. Não nasci aqui, é quase certo; aonde nasci não sei; não tenho neste lugar nem uma casa, nem um pedaço de terra, nem ossos que possa dizer "Eis o que fui antes de nascer". Não sei se venho de uma colina ou de um vale, dos bosques ou de uma casa com varanda.

A mulher que me deixou nas escadas do duomo* de Alba, talvez não tenha vindo nem mesmo do campo, talvez era a filha dos donos de um palácio. Talvez tenham me carregado em um cesto da colheita de uva, duas pobres mulheres de Monticello, de Neive ou porque não de Cravanzana.

Quem pode dizer de que sangue sou feito? Já andei o suficiente pelo mundo para saber que todo sangue é bom e se equivale, razão pela qual alguém se cansa e procura fincar raízes, adquirir terra e lugar, para que seu sangue valha e dure mais que o tempo de uma simples mudança de estação. Se cresci neste lugar, devo agradecer a Virgilia, ...

Cesare Pavese, A lua e as fogueiras, Berlendis & Vertecchia, São Paulo, 2003
ISBN: 8586387630

(*) Nota de tradução
Duomo: É a igreja mais importante de uma cidade.

La luna e i falò - A lua e as fogueiras

Publicado originalmente em 1950, este é o último e mais bonito romance de Cesare Pavese. Em meio a uma violenta crise emocional, o escritor acabou por se suicidar apenas quatro meses após a sua publicação. Em A lua e as fogueiras, os mitos da terra, da infância revisitada, do amor que, ao invés de criar a vida, a destrói, são apresentados em toda a sua força avassaladora.

Pubblicato per la prima volta nel 1950, questo è l'ultimo romanzo di Cesare Pavese e, secondo molti, il migliore. In preda a una violenta crisi emotiva, lo scrittore finì per suicidarsi appena quattro mesi dopo la sua pubblicazione. In "La luna e i falò", i miti della terra, dell'infanzia rivisitata, dell'amore che, invece di creare la vita, la distrugge, sono rappresentati in tutta la loro forza devastatrice.

Cesare Pavese

Cesare Pavese (1908-1950) nasceu em Santo Stefano Belbo, vivendo depois em Turim, onde estudou e se formou em letras. Tendo se dedicado ao ensino, trabalhou também na editora Einaudi, da qual se tornaria o principal colaborador. Nos seus livros a idéia mítica da infância e a nostalgia das colinas e das pessoas do Piemonte natal, servem de contraponto à sua solidão e ao sentido do vazio da existência, que, talvez associados também ao fracasso das suas relações amorosas, acabam por o conduzir ao suicídio em 1950, quando tinha apenas 42 anos. Além de poesia ( Trabalhar Cansa , 1936), escreveu vários romances, - O Camarada (1947), que recebeu o prêmio Salento; La bella estate (1949) dintinguido com o importante prêmio Strega; A Lua e as Fogueiras (1950), considerado a sua melhor obra - e livros de contos, como Férias de Agosto (1946).

Cesare Pavese (1908-1950) nato a Santo Stefano Belbo, si trasferisce poi a Torino dove studia e si laurea in Lettere. Si dedica all'insegnamento e lavora anche per la Editrice Einaudi, si cui diventa il principale collaboratore. Nei suoi libri, l'idea mitica dell'infanzia e la nostalgia delle colline e della gente del natio Piemonte, fanno da contrappunto alla sua solitudine e al senso di vuoto della esistenza, che, forse associandosi anche al fallimento delle sue relazioni amorose, finiscono per portarlo al suicidio nel 1950, a soli 42 anni. Oltre a poesie ( Lavorare stanca , 1936), scrisse diversi romanzi, - Il Compagno (1947), che ricevette il premio Salento; La bella estate (1949) premiato con l'importante premio Strega; La luna e i falò (1950), considerata la sua miglior opera - e libri di racconti, come Feria d'agosto (1946).

LINKS

Citador: reflexões e pensamentos do autor
A lua e as fogueiras (um artigo por Joana Gorjão Henriques)
Que sangue corre nas suas veias (um artigo por Marisa Torres da Silva)
Rai International Online: Cesare Pavese: brani in real video e audio
Trecho do livro "A lua e as fogueiras"
Biografia critica di Cesare Pavese
Il realismo esistenziale di Cesare Pavese

Voltar à página principal (em português) | Tornare alla pagina principale (in italiano)
Para sugerir um site | Colaborar
Contato | Forum