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A cura di Giancarlo Perlo - Tradução de E.C.

 

Il caimanoNanni Moretti - Il caimano

É difícil exprimir uma conclusão neutra e não partidária sobre um filme declaradamente político, lançado na Itália em meio a uma das campanhas eleitorais mais quentes dos últimos anos. "Il Caimano" (O Caimão), de Nanni Moretti é certamente um filme contra Berlusconi, e não só isso. No enredo, se desenrolam vários fatos e situações.

Bruno Bonomo (Silvio Orlando), um produtor de filmes de terror, já praticamente desempregado por mais de dez anos, encontra uma jovem diretora principiante (Jasmine Trinca) que lhe propõe um novo filme. Depois de ter lido muito rapidamente o roteiro, Bonomo se oferece para fazer o filme, dando-se conta apenas mais tarde que se tratava de um filme contra o primeiro ministro Silvio Berlusconi. Até aqui estava difícil encontrar financiadores e atores dispostos a interpretar. Também nesse meio tempo, a vida sentimental de Bonomo entra em crise: abandonado pela mulher (Margherita Buy), Bonomo se encontra solitário, sem dinheiro e praticamente sem amigos. Decide então rodar apenas uma cena do filme, a última, na qual Berlusconi é condenado e processado no tribunal: o premier se distancia de carro, impassível, enquanto como pano de fundo se acendem as chamas de uma revolta popular.

Os maiores desafios do "Il Caimano" nascem mesmo da dificuldade de desenvolver coerentemente os diversos planos narrativos e uní-los simultaneamente. O tom da obra oscila constantemente entre o drama e a comédia, alternando momentos cômicos com outros amargos e grotescos. A história de um filme dentro do filme serve talvez para manter o diretor um tanto distante de uma matéria tão incandescente e difícil, mas que nas cenas fragmenta a narração. A impressão geral é de uma obra ambiciosa, certamente original e plena de coragem, mas nem sempre homogenea e estruturada.

Apesar disso, não faltam idéias divertidas no filme, com cenas intensas e momentos do autêntico cinema, graças também à fotogrfia, que muito bem feita, aliada à trilha sonora envolvente e a interpretação de todos os atores (particularmente muito divertido o ator Michele Placido, que brinca com ele mesmo no papel de um famoso ator).

Mas a cena mais forte e dramática é aquela na qual Berlusconi (em uma televisão) chama chefe nazista ao representante alemão no parlamento europeu: a tomada, ligeiramente do alto, e a imagem granulosa do vídeo conferem a Berlusconi um aspecto inquietante, que nos faz recodar os personagens vampirescos de certos filmes de terror. É como se diz: a realidade muitas vezes supera a fantasia...

Título: Il Caimano
Lançamento: Italia, 2006
Distribuição: Sacher Distribuzione
Actores principais: Silvio Orlando, Margherita Buy, Jasmine Trinca, Michele Placido
Direção: Nanni Moretti
Roteiro: Nanni Moretti, Francesco Piccolo, Federica Pontremoli
Links:
- Na wikipedia
- Nanni Moretti Home Page
- Nanni Moretti webmagazine
- Ecce Bombo Net: omaggio a Nanni Moretti
- Schede dei film
- Internet Movies Data Base
- Su Kataweb cinema
- Il caimano em UOL cinema

Nanni Moretti - Il caimano

Difficile esprimere un giudizio sereno e non di parte su un film così dichiaratamente politico, uscito in Italia nel corso di una delle campagne elettorali più accese degli ultimi anni. "Il caimano" di Nanni Moretti è certamente un film contro Berlusconi, ma non solo. In esso si alternano diverse vicende.

Bruno Bonomo (Silvio Orlando), un produttore di film dell'orrore ormai praticamente disoccupato da oltre 10 anni , incontra una giovane regista esordiente (Jasmine Trinca) che gli propone un nuovo fim. Dopo aver letto frettolosamente la sceneggiatura, Bonomo si offre di produrre il film, rendendosi conto solo in ritardo che si tratta di un film sul primo ministro Silvio Berlusconi. A questo punto diventa difficile trovare finanziatori e attori disposti a recitare. Nel frattempo anche la vita sentimentale di Bonomo
è in crisi: lasciato dalla moglie (Margherita Buy), Bonomo si ritrova solo, senza soldi e praticamente senza amici. Decide comunque di girare almeno una scena del film, l'ultima, quella in cui Berlusconi viene processato e condannato in tribunale: il premier si allontana in auto, impassibile, mentre sullo sfondo bruciano le fiamme di una rivolta popolare.

I maggiori limiti de "Il caimano" nascono proprio dalla difficoltà di svolgere coerentemente i diversi piani narrativi e di riuscire a intrecciarli insieme. Anche il tono dell'opera oscilla costantemente fra il dramma e la commedia, alternando momenti comici, ad altri amari o grotteschi. Il racconto di un film nel film serve forse al regista per mantenere un po' le distanze da una materia tanto incandescente e difficile, ma a volte frammenta la narrazione. L'impressione generale è quella di un'opera ambiziosa, certamente originale e non priva di coraggio, ma non sempre sufficientemente omogenea e strutturata.

Malgrado questo, non mancano gli spunti divertenti, le scene intense e i momenti di autentico cinema, grazie anche alla fotografia molto curata, alla colonna sonora coinvolgente e alla recitazione di tutti gli interpreti (molto divertente in particolare Michele Placido che prende in giro se stesso, nei panni di un famoso attore).

Ma la scena forse più forte e drammatica è quella in cui il vero Berlusconi (visto in un televisore) dà del kapò nazista al rappresentante tedesco al parlamento europeo: la ripresa leggermente dall'alto e l'immagine sgranata del video conferiscono a Berlusconi un'aspetto particolarmente inquietante, che ricorda i personaggi vampireschi di certi film dell'orrore. Come dire: la realtà molte volte supera la fantasia...

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